"Ele não viu que estava com roupa de escola?", questionou vítima Marcos Vinícius tentava ir à escola quando foi baleado durante operação policial no Complexo da Maré
Em entrevista ao jornal O Globo, José Gerson da Silva, pai do adolescente, contou que o menino tentava ir para a escola, mas resolveu voltar para casa após ouvir os primeiros tiros disparados do helicóptero da polícia.
Foi alveado na barriga quando chegava à residência e se deparou com o caveirão - carro blindado usado pelo batalhão de operações policiais especiais da Polícia Militar. "Por que veem um uniforme de escola e atiram? Porque não são policiais. São assassinos. Policiais não agem desse jeito", desabafou o pedreiro.
Policiais impediram entrada da ambulância
Ainda de acordo com a mãe de Marcos Vinícius, a ambulância que faria a remoção do filho para uma unidade mais equipada demorou cerca de uma hora para entrar na favela. “A ambulância veio para levar o meu filho para o hospital, que dava tempo. A ambulância demorou uma hora porque um policial mandou a ambulância voltar. O pessoal da UPA, junto com a secretaria do Estado, é que ligou para a prefeitura. O governador [Luiz Fernando Pezão] autorizou a ambulância voltar e entrar na comunidade para resgatar o meu filho baleado na UPA”, contou.
Polícia abrirá inquérito para apurar o caso
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital abriu inquérito para apurar a morte de Marcos Vinicius. Está revista uma reconstituição dos fatos para determinar de onde partiu o tiro que atingiu o estudante. "A PCERJ reitera que a utilização de helicóptero em operações, como ocorridas na quarta-feira, se dá para a garantia da segurança de toda a população. Não há qualquer registro de que alguém tenha sido atingido por tiros da aeronave empregada na operação da Maré", diz a nota.
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