sexta-feira, 22 de junho de 2018

"Ele não viu que estava com roupa de escola?", questionou vítima

"Ele não viu que estava com roupa de escola?", questionou vítima Marcos Vinícius tentava ir à escola quando foi baleado durante operação policial no Complexo da Maré






réditos: Reprodução/O Globo
Estudante tentava ir à escola quando foi baleado no abdômen


A crise da segurança pública no Rio de Janeiro fez mais uma vítima nesta semana: o adolescente Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, baleado durante operação policial no Complexo da Maré.

Em mais um caso que expõe a falência do estado na cidade que viu violência urbana se tornar parte da rotina, sua morte coloca em xeque, mais uma vez, a atuação das forças policiais. Levado ao hospital ainda consciente, Marcos Vinícius disse de onde veio o tiro que o acertou - no caso, de um blindado - e perguntou à sua mãe, Bruna da Silva: "Ele não viu que estava com roupa de escola?". A vítima foi enterrada nesta quinta-feira, 21.
Em entrevista ao jornal O Globo, José Gerson da Silva, pai do adolescente, contou que o menino tentava ir para a escola, mas resolveu voltar para casa após ouvir os primeiros tiros disparados do helicóptero da polícia.
Foi alveado na barriga quando chegava à residência e se deparou com o caveirão - carro blindado usado pelo batalhão de operações policiais especiais da Polícia Militar. "Por que veem um uniforme de escola e atiram? Porque não são policiais. São assassinos. Policiais não agem desse jeito", desabafou o pedreiro.
Policiais impediram entrada da ambulância 
Ainda de acordo com a mãe de Marcos Vinícius, a ambulância que faria a remoção do filho para uma unidade mais equipada demorou cerca de uma hora para entrar na favela. “A ambulância veio para levar o meu filho para o hospital, que dava tempo. A ambulância demorou uma hora porque um policial mandou a ambulância voltar. O pessoal da UPA, junto com a secretaria do Estado, é que ligou para a prefeitura. O governador [Luiz Fernando Pezão] autorizou a ambulância voltar e entrar na comunidade para resgatar o meu filho baleado na UPA”, contou.
Polícia abrirá inquérito para apurar o caso 
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital abriu inquérito para apurar a morte de Marcos Vinicius. Está  revista uma reconstituição dos fatos para determinar de onde partiu o tiro que atingiu o estudante. "A PCERJ reitera que a utilização de helicóptero em operações, como ocorridas na quarta-feira, se dá para a garantia da segurança de toda a população. Não há qualquer registro de que alguém tenha sido atingido por tiros da aeronave empregada na operação da Maré", diz a nota.
https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/ele-nao-viu-que-estava-com-roupa-de-escola/


Na madrugada deste domingo, 29 de novembro, cinco jovens foram assassinados na comunidade da Lagartixa, em Costa Barros, zona norte do Rio de Janeiro. Familiares afirmam que as vitimas voltavam de um passeio no Parque Madureira e haviam parado para fazer um lance, quando foram atacados por disparos de policiais militares do 41º BPM (Irajá).

Nenhum comentário:

Postar um comentário